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Pacientes de Santa Maria já recebem tratamento que inclui cloroquina

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O debate sobre o uso da cloroquina em pacientes infectados com a Covid-19 continua. Na última semana, o Ministério da Saúde elaborou um protocolo de uso da medicação para pacientes internados com sintomas graves. No entanto, a indicação é clara: apenas o médico poderá avaliar o caso e recomendar o uso do remédio, ou seja, é extremamente vedada a automedicação. Em Santa Maria, algumas pessoas já receberam tratamento com esse medicamento nos hospitais.

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Segundo o infectologista Fabio Lopes Pedro, apenas uma porcentagem pequena dos infectados pode se beneficiar do uso da cloroquina. Ele explica que 80% dos pacientes apresentarão sintomas leves da doença, e receberão apenas tratamento para os sintomas. Dos 20% que serão afetados de forma mais problemática pelo vírus, a análise de sintomas (como febre e dificuldade para respirar), aliada com o resultado do exame de tomografia dos pulmões, irá definir se a cloroquina deverá ser administrada.

A indicação é que, ao apresentar sintomas, o paciente entre em contato com um dos três serviços de telemedicina da cidade. No atendimento telefônico, os profissionais da saúde analisarão se é necessário encaminhar a pessoa para atendimento médico presencial. Já no hospital, antes de determinar o uso dessa medicação e após o resultado da tomografia de pulmão com alteração, será feito exame de sangue e eletrocardiograma, necessários para avaliar se os possíveis efeitos colaterais podem ser letais ao paciente.

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De acordo com o infectologista, entre 10 e 15 pessoas já receberam o tratamento combinado de cloroquina (ou hidroxicloroquina) e azitromicina, um antibiótico, em hospitais de Santa Maria. A diferença entre a cloroquina e a hidroxicloroquina está nos princípios ativos. Enquanto a primeira tem sido administrada nos hospitais públicos, a segunda é utilizada na rede privada. De forma prática, a diferença entre as duas é a dose que será administrada para tratar o infectado. Quando questionado sobre a eficácia do tratamento, Lopes Pedro afirma que ainda não é possível determinar:

- O número de pacientes tratados é muito pequeno. Mas, pelo menos até agora, ninguém foi a óbito em Santa Maria. Consigo ter uma real dimensão disso lá com 100 pacientes tratados. Mas nós acreditamos nesse tratamento e estamos prescrevendo ele desde o dia 15 de março. Mas acreditamos que o momento do tratamento é mais precoce, é entre o terceiro e sétimo dia de sintomas, e com sintomas persistentes - explica.

O médico ressalta a importância do exame de tomografia no diagnóstico. Isso quer dizer que nem todo o paciente que testa positivo para o coronavírus deverá ser submetido ao tratamento. 

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- Sem o exame de tomografia do pulmão é impossível determinar tratamento. A maioria esmagadora dos pacientes não precisa de tratamento. Mas não há como fazer qualquer suposição sem tomografia - afirma o infectologista.

Assim, cada caso é analisado separadamente, de acordo com os sintomas apresentados e os resultados de exames. O tipo de tratamento e os remédios utilizados variam e dependem, também, de outras doenças pré-existentes, como diabetes e doenças cardiovasculares. Por isso, a indicação é que as pessoas não se automediquem, porque os efeitos colaterais de algumas medicações podem levar à morte. Um exemplo é o uso de corticoides, indicados para pacientes com asma, mas muito prejudicial para aqueles com diabetes.

Fabio Lopes Pedro afirma que um estudo chinês, publicado em fevereiro, tem sido utilizado como base para definir diagnósticos e tipos de tratamento. Segundo a pesquisa, 62 pacientes tratados foram analisados. Para cada oito tratamentos, é possível evitar a entubação de um paciente.

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